domingo, 23 de dezembro de 2012
Corações Amaralados
Amaram-se no cais
de um tempo feliz
onde amar era futuro.
Para onde partiam os dias
em rodopios, inebriantes,
a embalar os amantes,
fazendo-os acreditar
que o tempo é brincar.
Mas corroídos de paz
e de prazer fugaz,
amam-se em cômodos dias,
ciente das horas, carentes de mais.
Consumidos e reféns,
os amantes resistem.
O olhar cúmplice suplica
o amor, que outro explicito, agora é tácito.
Agora é tarde:
resta-lhes o clarão
aberto pelo fogo
que um dia foi paixão.
Das chamas restou apenas chão.
por onde pisam pés doloridos,
corações partidos, em outra direção.
Um encontra outro cais, onde, com receio de navegar, ancora seu coração.
O outro insufla o ar, dor de dias amarelados.
Num voo para o precipício da amores sepultados,
rufla seu coração amado, alado, calado.
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