segunda-feira, 14 de maio de 2012

Queima das fitas



No último domingo eu vi a felicidade. Não sei como, mas de repente eu vi. Ela estava lá, no meio da rua, nua e usando fita colorida no cabelo. Muitos dizem que não é possível vê-la. Aquela história de que ela não é mais que um caminho e coisa e tal. Pode até ser, mas acho que de vez em quando ela aparece mesmo. O tempo até deu uma trégua e naquele dia, após um (excessivo) período de chuvas, fez um ensolarado domingo de primavera aqui em Coimbra.


Como ela não ia ficar nua num dia de chuva, e certamente tem uma ligação muito íntima com Deus e os santos, imagino até o que tenha pedido a São Pedro:


- Olha, São Pedro, hoje eu quero ir para os lados de Coimbra. Dizem que tem um festa por lá e quero dar o ar da graça. Dá pra deixar o dia bonito e ensolarado?
- Mas Felicidade, isso não está previsto.... Vai continuar chovendo mais uns dias, pra compensar a seca que teve por lá.
- Ah, não custa nada, é só hoje! E já faz um bom tempo que não apareço por lá. Deixa vai...


Não precisou falar duas vezes. No domingo em que realizou-se a mais tradicional festa universitária, de uma das mais tradicionais universidades da Europa, a felicidade apareceu nua e desfilou a céu aberto, que pintou-se de azul de uma hora para a outra. São Pedro não é bobo de lhe negar um pedido!


Por que ela veio nua? Ah, nisso ela é que nem a beleza. De vez em quando gosta de tirar a roupa e mostrar-se. Muito diferente de sua outra amiga, a verdade, que vive por aí toda coberta e raramente alguém a vê. Ao contrário, muitas vezes a felicidade gosta de fazer um topless, como a sua colega Vênus de Milo. Mas quando o motivo é "daqueles", ela vem como a Vênus de Botticelli,  nua mesmo:




Normalmente ela fica assim: entre quem a quer vestir e quem prefere sua nudez forte. A cada dia mais os "ventos do norte" perdem para os que querem vesti-la. Com vestes, ela não deixa de ser a felicidade. Mas uma felicidade tímida, pudica, que ninguém repara muito. Mas quando ela decide tirar tudo e ficar "nua ao meio dia"... aí não tem pra ninguém. Só não vê quem não quer. E nesse dia eu vi, "meninos, eu vi!"


Mas antes de eu falar como a vi, deixa-me falar um pouco sobre a festa na qual ela decidiu participar. A "Queima da fitas" é a mais antiga e tradicional festa de estudantes universitários de Portugal, surgida originalmente na Universidade de Coimbra. Uma semana de shows, eventos e festividades esportivas, culturais, etílicas...e muitos outros adjetivos que não tenho coragem de dizer aqui.


A festa remonta à metade do século XIX e representa um rito de passagem de dupla face. Trata-se tanto da despedida e formatura dos alunos do último ano da licenciatura (graduação),  como também do primeiro evento oficial em que os calouros podem utilizar, orgulhosos e após passarem por inúmeros trotes (aqui se chama "praxe"), o traje acadêmico, subindo na hierarquia acadêmica e sendo considerados, doravante, veteranos. Esse traje merece um texto a parte. Para quem não acompanha este blog ou ainda não o viu:




Quando cheguei a Coimbra, não imaginava a tradição e o profundo significado que esse traje tem para os alunos. A ele relaciona-se um sentimento de pertença e orgulho acadêmicos. Algo raro num mundo em que, a cada dia, o simbólico e o lúdico perdem espaço para a objetividade e a competição selvagem. Ser acadêmico em Coimbra é, mais que o aprendizado objetivo de algum tipo de ciência, uma vivência cheia de etapas, ritos, desafios, reconhecimento e, por que não, frustrações, tropeços e injustiças. Trata-se, de fato, de uma VIDA acadêmica.


E esse significado e sentimento manifestam-se ainda mais durante a semana em que ocorre a "Queima das Fitas", que começa, ou como dizem por aqui, "arranca", com a noite da Serenata. À meia noite de uma quinta-feira, em frente à Sé Velha (igreja matriz da cidade), os estudantes, TODOS vestidos com o negro traje universitário (para os calouros esse é o primeiro evento em que podem utilizá-lo), entoam, emocionados e em meio a um silêncio comovedor, belíssimas canções de fado. Aqui é possível sentir um pouco por que o fado, eleito recentemente patrimônio imaterial da humanidade, é a manifestação da alma do povo português. Essa imagem diz (quase) tudo:




Mas por que se deu à festa o nome de "Queima das Fitas"?  Primeiro, trata-se de uma festa que dura oito dias: um dia dedicado a cada faculdade: humanidades; direito; medicina; ciência e tecnologia; farmácia; economia; psicologia e ciências da educação; e ciências do esporte e educação física.


Tudo começou lá pelos idos do século XIX, quando os alunos usavam uma pasta para guardar seus livros e sebentas (cadernos de rascunho, lembram-se da Filipa e do Nuno?). Como forma de organizá-los, utilizavam uma fita para amarrar tudo. Essa fita também recebe o nome de "grelo". Com o tempo, cada curso da universidade passou a utilizar um grelo de determinada cor, ou uma combinação de cores. Começou com o curso de Direito e sua (ai, não aguento usar mais essa palavra) "tradicional" fita vermelha. Hoje há uma profusão de cursos e suas respectivas cores, que ajudam a amenizar a sobriedade daqueles trajes.


Medicina:  amarelo
Direito:      vermelho
Letras:       azul escuro
Economia:  vermelho e branco
Psicologia:  laranja
Farmácia:   roxo
Desposto:   castanho e branco
(...)


A "queima do grelo", ou seja, o ritual simbólico em que os alunos incineram aquelas fitas coloridas que representam seu curso, acabou por tornar-se o "nome fantasia" da festa universitária mais colorida do velho continente.








A "queima do grelo" ocorre logo pela manhã, no domingo em que se realiza o outro GRANDE, o mais pomposo, animado e feliz evento da semana: o cortejo. Uma espécie de parada, com "carros alegóricos" feitos e decorados pelos próprios estudantes. Quando saí de casa nesse dia em direção à universidade, para acompanhar o cortejo, senti algo de diferente na cidade. Reparei que havia uma senhora muito elegante na rua, que usava um vestido branco de seda quase transparente. Achei-a bem ousada para os padrões daqui. Quando ela passava pelas pessoas, deslizava delicadamente a mão por baixo dos seus queixos, provocando-lhes um largo sorriso. Mas ainda não é hora de falar sobre ela. 


O cortejo sai do centro histórico da universidade, que situa-se na "Alta" (o ponto mais elevado da cidade e onde há a emblemática - e fálica - Torre do Relógio), em direção à "Baixa", às margens do rio Mondego. Se você já veio (ou se virá a Coimbra) sabe (ou saberá) do que estou falando. Praticamente de qualquer lugar de Coimbra se avista essa torre. Aproveito para deixar uma foto da cidade que a cada dia me arrebata:




Cheguei cedo à "Alta" e fui direto ao local onde os carros "alegóricos" estudantis estavam estacionados, pois haviam me dito que lá era possível apreciar todos os detalhes de um trabalho artesanal e dedicado dos estudantes que se mobilizam, voluntariamente, para deixar o carro da sua faculdade o mais bonito, irreverente e colorido da universidade. As mensagens críticas e de cunho político-reivindicatório são também marcas desse desfile. 


Percorri embasbacado entre os carros coloridos e divertidos, que mudou a cara do ambiente austero em que percorro nos dias de aula. Tirei algumas fotos do interessante e bem executado trabalho dos dedicados alunos de Coimbra.











Enquanto eu caminhava por entre os carros, reparando nos detalhes e nos preparativos para o início do cortejo, aquela mulher que tinha visto perto de casa estava agora lá. Achei estranho, mas ela já não usava o vestido. Cobria-se apenas de roupa íntima, mas incrivelmente não estava vulgar. Continuava elegante a fazer gracejos e tirar sorrisos das pessoas. Vi que ela pegou uma fita do chão e amarrou no cabelo. Ficou um charme. Mas foi só eu me distrair, quando olhei de novo ela havia sumido entre os carros.


Bem, então fui para a Praça da República, onde uma multidão aguardava a passagem do cortejo. Fiquei lá com uns amigos, que eu acho que haviam encontrado com a tal senhora. Eles estavam mais sorridentes que de costume.


Quando os carros começaram a descer a rua que dá acesso à praça, a multidão paciente e civilizada começou a se alvoroçar. Via-se de longe os carros e, em cima e ao redor deles, estudantes em completo estado de graça e entoando cânticos e canções que louvavam seus cursos e a cidade de Coimbra. À frente do cortejo, como parte de mais uma tradição que comovia os mais sensíveis, um senhor, acompanhado de uma bandinha, conduzia vagarosamente um tipo de estandarte com fitas de todas as cores dos cursos e vários cravos vermelhos, que para os portugueses é uma flor de significado invulgar.




E a marchinha que foi executada por essa banda foi a única música que se ouviu durante todo o cortejo. Sim, pode parecer estranho, mas não há música nos carros. Não há trio elétrico, nem coisa assim. Percebi que isso acaba aguçando os sentidos para a percepção de outras coisas. Além de tudo, a energia da festa prescindia de qualquer música. Eis algumas cenas  da parada mais silenciosamente barulhenta que eu já vi.










Não sei se é possível ver, mas de cima dos carros era distribuído bebida e comida para quem quisesse. Sim, os alunos se capitalizam durante o ano e distribuem tudo de graça durante o cortejo.




Para os veteranos que se estão despedindo da universidade, o traje acadêmico ganha um colorido especial. Eles formam um tipo de "velha guarda", usando cartola e bengala nas cores de cada curso. Guardam também uma flor na lapela do traje e nas mãos, que lhes são entregues por seus familiares que assistem orgulhosos a tudo aquilo. 


Há um costume de se oferecer a bengala para quem quiser desejar sorte à nova vida do formando. Basta bater três vezes com ela na cartola do felizardo. A "violência" é seguida de três carinhosos beijinhos.


Não foi por falta de música que se deixou de dançar e cantar.




Lá pelas tantas, quando comecei a acompanhar o cortejo em direção à "Baixa", às margens do rio Mondego, olho para um dos carros e vejo aquela senhora. Não acreditei no que vi. Esfreguei os olhos e era ela mesma. Reconheci pela fita no cabelo. Estava agora completamente nua a pular e dançar com os alunos. Não precisava mais passar a mão pelo queixo de ninguém para arrancar sorrisos, e nessa altura, gargalhadas. Vi que ela às vezes soprava de cima de um carro e assim que as pessoas respiravam seu hálito, o semblante clarificava-se. Olhei à volta e só via sorrisos e contentamento. 


A partir daí não a perdi mais de vista. De quando em vez ela descia do carro, dançava entre os alunos, rodopiava entre suas bengalas, tirava-lhes as cartolas, beijava os seus pais (deixando-os mais orgulhosos), animava as crianças e os idosos. Algumas poucas pessoas lhe viravam a cara, achando aquilo tudo pornográfico demais. Nos moralistas não havia sorrisos!


Em certa hora, uma amiga invejosa daquela senhora despudorada veio para estragar a festa. Era a desgraça, que muitos não gostam nem de pronunciar seu nome. Resolveu, por pura inveja daquela alegria toda, atear fogo em um dos carros. Quando a fumaça subiu e a felicidade viu aquilo, tratou logo de chamar uns anjos vestidos de vermelho.  Após momentânea interrupção, a ação rápida dos Bombeiros fez o cortejo recomeçar. Acho que nesse dia abriu-se a caixa de Pandora em Coimbra!


No fim da tarde, quando eu já estava junto ao Mondego e os carros estavam sendo recolhidos, percebi que a felicidade retirou-se discretamente. Ela olhava para trás, vendo uma multidão de extasiados deitados na grama e alguns até pulando dentro do rio. Eu tinha bebido um pouco, e estava ainda sob o efeito dos seus sucessivos sopros e afagos. Mas tenho certeza de que a vi caminhando ao longo do rio. Não estava mais nua. Usava novamente o vestido de seda branco. Reparei que ela tinha deixado cair a fita do cabelo. Corri ao seu encontro. Abaixei para pegar a fita, pois queria devolver-lhe e agradecer por ter deixado a festa, tão assim, feliz. Mas ao me levantar vi apenas o rio, plácido, silencioso e refletindo os últimos raios de sol.


Naquele momento lembrei-me de como sentia-me nas quartas-feiras de cinza, após dias de uma felicidade igualmente pornográfica. Questionei-me também se tudo que tinha visto naquele dia não passava de um delírio. Mas se de fato foi, o surto repetiu-se e ela não apareceu nua só para mim. Um poeta teve o mesmo desvario, expresso, claro, de forma muito mais competente nesse feliz poema.


A Felicidade
Vinicius de Moraes


Tristeza não tem fim
Felicidade sim


A felicidade é como uma pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar


A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra trazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira



Tristeza não tem fim
Felicidade sim


A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor


A felicidade é uma coisa boa
É tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato dela sempre muito bem



Tristeza não tem fim
Felicidade sim


A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor


27 comentários:

  1. Que maravilha de descrição da Festa e a ilustração das fotos.
    Você está vivendo uma oportunidade única.
    Obrigada por compartilhar conosco.

    Um grande abraço,

    Rosa Maria Campos
    PS. o anterior, li e relembrei muita "saia justa" que passei por ai com as palavras diferentes...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ei Rosa,
      Feliz por sua passagem por aqui. Quando eu voltar, agora em julho, vou a São Paulo e quero te ver.
      Um Abração.

      Excluir
  2. "Viver.. e não ter a vergonha de ser feliz.. cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz.. a meu Deus eu seeei.. que a vida devia ser bem melhor e será.. mas isso não impede que eu repita.. é bonita e bonita e é bonita"
    Já diria o eterno Gonzaguinha, não é mesmo?
    Que bela poesia que vc nos escreveu.. transformar a felicidade em palavras é uma arte difícil que você fe(a)z com muita maestria!!!!!
    Parabéns por compartilhar a cada post sua alegria com todos que te querem ver mesmo é feliz.. ! ;)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tainá,
      Você é uma fofa. Obrigado pelas palavras.
      Gonzaguinha, Vinicius, Cazuza... todos eles não só viram a felicidade nua, mas dormiram com ela.
      Beijos.

      Excluir
  3. Caro Silvagner,

    A medida em que vou lendo o seu texto tao bem descrito a respeito da minha ''terra'' , fico extasiada com as suas impressoes e observacoes a respeito de tudo que acontece na nossa querida Coimbra !! A 'queima de fitas'', ponto culminante do ano academico na Universidade de Coimbra e que ficou por doze anos suspensa durante os tempos dificeis da era politica constitui pelo que representa um acontecimento de grande comemoracao e orgulho . O Silvagner mostra muito bem e com detalhes atraves de fotos todo o significado dessa festa grandiosa e que esse ano teve a interferencia da FELICIDADE junto a S Pedro que num ato de bondade propria desejasse que o dia estivesse soalheiro e o ceu pincelado com o tom caracteristico do azul celeste portugues !!!!! Parabens mais uma vez , desejo-lhe cada vez mais encontros com a FELICIDADE !! grande abraco !!!
    Maria Jose Suenaga .

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Maria José,
      Sua "terra" mostrou-se encantos na chegada e a cada dia vejo outros tantos. Imagino como será na despedida...
      Obrigado pelo comentário.

      Excluir
  4. Que generosidade em partilhar conosco esses belos momentos vividos em Coimbra.Me bateu uma "inveja" enorme e totalmente 'nua e crua" também. Lembrei-me do trote do Caufes esse ano, descendo o cortejo pela minha rua até o centro da cidade com os calouros amarrados uns aos outros por cordas e sendo ensopados de oleo diesel usado (preto) e lavagem de cozinha bem fedorenta. Mas continuo a sonhar que um dia esse pais vai aprender a ser educado.

    Parabens pelo texto e pelo encontro com a FELICIDADE!

    Celia Abreu

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Célia,
      De fato alguns trotes no Brasil revelam o que de mais sádico e recalcado existe na sociedade. Acho isso tudo uma imbecilidade sem medidas. Não vou te dizer que aqui não haja sadismo, e nem também imbecis. Mas não há (ainda) violência nem abusos. Há um propósito e o rito de passagem aqui é transposto com simbolismo e orgulho.
      Também sonho com um Brasil mais educado e civilizado. Esse é dos dos motivos pelo qual estou aqui.
      Beijos.

      Excluir
  5. Parabéns, Silvagner! Tá tudo dito e muito bem dito. Excelente esta dissertação sobre a "queima"! Muito didática, poética e também intensamente vivida.
    Foi, sem dúvida alguma, a visão da própria Felicidade. Tens toda a razão. Treouxeste a alma para as palavras.
    Aproveita tudo nos mínimos detalhes, conterrâneo. Aprofunda mesmo esse doutoramento para além do académico...vive tudo o que puderes no "doutoramento da vida típica das terras do choupal". Assim vais sentir na pele que "Coimbra tem mais encantos, na hora da despedida"!!!
    Saudações conterrâneas!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Rose,
      Seus comentários e contribuições ao texto são sempre muito amáveis e pertinentes. Grato e espero continuar a fazer jus à sua atenta leitura.
      Tenho até medo dos encantos na hora da despedida de Coimbra. Os que percebi até então já são suficientes para me enternecer o coração.
      Um forte abraço.

      Excluir
  6. É verdade, Sivagner. Depois dessa vivência tão intensa; desse "mergulho" nos simbolismos e tradições da vida académica, dentro dessas paredes centenárias; depois de criar tantos laços afetivos e fazer amigos de outras paragens, que um dia se vão despedir, etc...etc... eu posso imaginar o que representará ouvir a "Canção da Despedida" pouco antes de partir. Eu não queria estar na vossa pele, bem podes acreditar. Eu, só de pensar em um dia ir-me embora daqui, e ouvir "Porto Sentido" do Rui Veloso sem ter o Porto ao meu alcance, já começo a sentir-me nostálgica. É como ouvir daqui o "Meu Pequeno Cachoeiro"...as lágrimas saltam sem pedir licença. E pensar que, enquanto vivi no Brasil e em Cachoeiro, essa canção pouco dizia-me!!! Eu hoje, depois de 25 anos em Portugal, costumo dizer que tenho o coração suspenso a meio do Atlântico!
    Continue a escrever...esse blog ainda vai transformar-se em livro!

    ResponderExcluir
  7. Não existe possibilidade de ler seus escritos e não ficar encantada!

    Você consegue encher de poesia a situação mais corriqueira e também a cerimônia mais pomposa.

    Fiquei imaginando o quão emocionante deve ter sido presenciar uma festa dessas!

    Acho que não tenho muito o que pontuar nessa caixa de comentários. Tenho vontade de sentar com você e ouvir todas as suas histórias e conversar sobre todas elas durante horas, porque, se lendo, a gente já sente toda a empolgação, toda a excitação daquilo que você transmite, imagine se estivéssemos perto!

    Mais um texto sensacinal, que vale cada linha percorrida.

    Abração =)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ai Márcia, estou até receoso em conversar pessoalmente com você e quebrar o encanto. Pessoalmente acho que sou tão mais desinteressante.
      Adoro seus comentários.
      Abração.

      Excluir
  8. Ah, sim! e a pergunta que não quer calar é:

    Você também usa esses trajes de Hogwarts?? rs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não, só farei cosplay de Harry Potter no dia da defesa da minha tese. Para o doutorado, o traje acadêmico (um pouco diferente daquele das fotos) só é necessário para entrar na Sala dos Capelos e ficar diante do Tribunal do Santo Ofício, quer dizer, da banca avaliadora.

      Excluir
  9. Que lindo amigo! Estou seriamente desconfiada que seu doutorado não é em direito e sim em letras/literatura. Você está escrevendo textos belíssimos. Me senti em Coimbra viajando nas suas palavras.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Querida Rose,
      Que felicidade vê-la por aqui. Muitas saudades.
      Ah, direito ou literatura?
      Estão próximos. A minha primeira disciplina aqui foi exatamente: Direito & Literatura.
      Um beijão e em julho quero te ver

      Excluir
  10. Adorei, sem mais...
    Bárbara

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ei Bárbara,
      Daqui uns dias você fará parte de mais um texto por aqui.
      Beijos.

      Excluir
  11. amei este poste tambem titio







    com amor:analuiza

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ai Ana, quem te ama sou eu. O titio mais orgulhoso do mundo.
      Beijão.

      Excluir
  12. Realmente é bem diferente dos "rituais" acadêmicos aqui do Brasil, ainda mais contado de forma tão poética. Mas afinal, o que não vira poesia neste lugar maravilhoso? Adorei o texto!!! Bjs Silmara.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado Silmara.
      E Coimbra tinha ainda mais poesia quando vocês passaram por aqui.
      Beijos.

      Excluir
  13. marcio antonio xavier16 de maio de 2012 às 00:13

    Querido, nao precisamos de ácido e sim de FELICIDADE...

    ResponderExcluir
  14. Querido!!!!! Amei, que festa linda.
    Por um instante, eu não estava na minha copa lendo meus emails e sim numa linda e emocionante festa!!!!
    Só vc sabe nos transportar com tanta emoção.
    Estamos com saudades!!!!
    Bjs
    Luciana

    ResponderExcluir
  15. BRI LHAN TE!!!! FAN TAS TI CO!!!!!! Esse silencio q sentiu, creia-me, e mais enternecedor e barulhento do que qualquer algazarra que vc tenha presenciado!!!!! Texto poetico, belissimo!!!! Avante!!!! Nelsinho

    ResponderExcluir
  16. AAAA queria tah ai... :( SHAUSHAU eu quero estudar vestida de Hermione kkkk. Ass: a prima linda e maravilhosa da Ana, ou seja, Lívia :D

    ResponderExcluir