terça-feira, 5 de junho de 2012

o Caminho


O Cebreiro - Caminho de Santiago - Maio/2012

Aonde você vai com tanta pressa?

- Na correria de sempre. Trabalho, faculdade, contas a pagar...

Sente-se, vamos tomar um café juntos.

- Está bem, estou mesmo precisando. Mas me diga, como foi o passeio?

Não fiz um passeio, fiz uma peregrinaçao.

- E qual a diferença?

Olha, diz o dicionário que peregrinação é o ato de peregrinar, ou seja, participar de uma viagem em romaria a lugares santos e de devoção. Durante nove dias eu e mais dois amigos decidimos ser peregrinos. Como te disse na semana passada, percorremos a pé um trecho de 220 km do Caminho de Santiago, que sai da França e atravessa toda a Espanha. São muitos os caminhos a Santiago - dizem que o caminho começa de fato na porta da casa de quem decide lá ir -, mas o chamado "Caminho Francês", que sai da cidade de Saint Jean Pied de Port, com cerca de 800 km, é o mais famoso e pode ser considerado o tronco que recebe todos os demais caminhos europeus a Santiago. Veja esses dois mapas que trouxe da viagem:


Eu e meus amigos saímos da cidade de Ponferrada, que neste mapa aqui é a última cidade antes de Santiago, marcada no Caminho Francês, que está em vermelho.


- Não sabia que você era tão religioso!

De fato tenho faltado às missas de domingo, mas o Caminho de Santiago tornou-se mais que uma peregrinação religiosa. Tornou-se também um itinerário cultural (aliás, é assim que ele é também chamado hoje: "Itinerário Cultural Europeu"), onde se encontra natureza exuberante e é possível conhecer gente interessante de todas as idades e cantos desse planeta. Voltando ao dicionário, peregrinar também pode significar viajar por terras distantes ou, simplesmente, divagar.

- Interessante, mas você sabe como essa história começou e por que tanta gente resolve caminhar tanto? Acho isso tudo meio sem sentido.

Bem, a história é longa, mas vamos lá. Achei-a muito interessante e acredito que você também irá gostar. Tudo começou com São Tiago, apóstolo e um dos quatro primeiros discípulos de Jesus Cristo. Após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, São Tiago foi pregar o evangelho na região do norte da Espanha, denominada Galícia. Quando voltou à Palestina, no ano de 44 d.C., foi preso e decapitado por uma autoridade romana. Dois dos seus discípulos, Teodoro e Atanásio, roubaram o corpo do apóstolo e seguiram embarcados com ele de volta para a Galícia, onde sepultaram secretamente os restos mortais num bosque de uma região chamada Iria Flávia.

Conta-se que por volta do ano 815, um ermitão chamado Pelágio observou durante algumas noites seguidas uma chuva de estrelas sobre um monte do bosque. O bispo de Iria Flávia, Teodomiro, mandou escavar o local e encontrou lá uma urna de mármore com os ossos do apóstolo e de seus discípulos. No campus stellae (campo de estrelas), umas das possibilidades de formação da palavra Compostela, foi erigida uma capela para proteger a tumba do apóstolo, que passou, desde então, a ser local de peregrinação cristã. Como na época a Península Ibérica estava sob uma ocupação árabe, o local tornou-se um símbolo de resistência cristã aos ataques dos mouros (árabes).

Na Idade Média, principalmente a partir do ano 1000, as peregrinações ao local popularizaram-se, tornando a cidade um dos grandes centros de peregrinação cristã. Próximo à região onde foi encontrada a tumba do apóstolo, construiu-se uma catedral em estilo gótico dedicada a São Tiago, aumentando ainda mais a peregrinação à cidade, que passou a se chamar Santiago de Compostela.

Visitando uma pequena igreja no local mais elevado do caminho (com cerca de 1.500 m de altitude), chamado  Cebreiro, descobri que em 1214 São Francisco de Assis também peregrinou a pé a Santiago. Em 2014 serão comemorados os oitocentos anos da peregrinação de São Francisco de Assis.


















A peregrinação religiosa a Santiago é cheia de simbolismos e lendas. Um dos símbolos mais fortes do caminho é uma vieira, isto é, uma concha, que confere ao caminho vários significados, numa ligação muito especial com a água.

Primeiro, por ter o corpo do apóstolo chegado pelo mar, desembarcando na costa da Galícia. Além disso, conta-se outra lenda, de que um peregrino seguia de cavalo quando repentinamente o animal disparou em direção ao mar. Após clamar pela vida a Santiago, uma forte onda o levou de volta à terra. De volta à consciência, percebeu que seu manto estava coberto de conchas, o que conferiu também ao objeto um novo significado: a proteção do peregrino durante o caminho. Dizem também que a vieira era a prova de que o peregrino completou a peregrinação a Santiago, que se estendia à costa da Espanha com o Oceano Atlântico, onde se podia apanhar facilmente uma concha no mar. Ah, com uma vieira é bem fácil e prático beber água nos riachos e fontes que há pelo caminho.

Até hoje os peregrinos usam uma concha para identificar-se como tal e para manter o simbolismo dessa história milenar. Eu não fiquei de fora, tratei de ter comigo uma viera protetora:


Por falar em proteção do peregrino, descobri algo muitíssimo interessante relacionado à minha profissão. Imagine você como deveria ser perigoso cruzar a Europa em plena Idade Média. Não havia ainda Estado da forma como hoje o compreendemos. Consequentemente, não havia polícia, estrutura, nem mesmo garantia de segurança durante a realização do caminho, que devia ser cheio de assaltantes, bruxas, malfeitores, criminosos e outros perigos. Pois foi para promover relativa segurança a quem desejasse peregrinar a Santiago que surgiram as primeiras ordens militares destinadas a proteger os peregrinos. Datam dessa época os cavaleiros templários, exércitos de monges guerreiros que protegiam lugares e caminhos santos. Na Espanha, surgiu a Ordem de Santiago da Espada, cujo símbolo, uma espada em forma crucífera, estampa a minha vieira, na foto acima. Tratava-se de uma ordem militar e religiosa criada em 1070, tendo como principal função proteger a peregrinação a Santiago de Compostela. Essas ordens militares, assim como diversas milícias populares com equivalente função, vão dar origem, na Espanha, aos primeiros corpos profissionais de polícia, que posteriormente serão oficializados e coordenados, no século XV, pelos Reis Católicos Isabel, de Castela, e Fernando, de Aragão. Assim, surgiu o que na Espanha ficou conhecida como Santa Hermandad (Santa Fraternidade), precursora da moderna polícia, que só surgira, como a entendemos hoje, no século XIX. Pelo caminho há monumentos e estátuas para homenagear esses pioneiros guerreiros:




As pessoas sentem a necessidade de participar e agradecer por tudo que o caminho oferece. Nem que seja a colocação de uma simples pedrinha. Não é a pedra, mas a intenção de colocá-la junto a outras, que  não saltaram do chão, mas foram colocadas ali por mãos humanas.

Bem, essa é a história que se conta sobre a origem do Caminho de Santiago. Mas descobri também que bem antes de descobrirem a tumba do apóstolo, já havia uma rota de peregrinação que mais ou menos coincidia com o Caminho de Santiago. Esse antigo caminho de peregrinação, realizado pelos romanos e anteriormente pelos celtas (um povo indo-europeu primitivo), ia do extremo leste para o oeste da Espanha, em Finisterre. Simbolizava a viagem do sol de oriente para o ocidente, quando então ele desaparecia no oceano para surgir no dia seguinte. Desde uma época muito antes de Cristo, acreditava-se que o mundo era finito e que tudo se acabava na direção onde o sol "afogava-se" na imensidão do mar. E a rota que continua por Santiago e encontra o Oceano Atlântico era o último trecho conhecido até então, onde se dizia que a terra acabava. Esse ponto era conhecido como Finis Terrae, ou "fim da terra". Esse lugar é chamado até hoje de Finisterre ou Fisterra, no idioma galego.



Parece que lá, por ser o fim do caminho (e da Terra), há uma cerimônia de queima da roupa do peregrino que para lá se dirige, simbologia de uma vida nova que se incia após o término do percurso. 

- Hum, começo a ver algum sentido, mas isso deve ser muito cansativo, não é?

Sim, muito. Acredito que isso também sirva para diferenciar uma peregrinação de um simples passeio. Quando decidimos passear, buscamos apenas encontrar prazer e divertimento. Quando decidimos peregrinar, empenhamo-nos num processo que envolve corpo e alma, dor e prazer. E nisso, a metáfora entre o caminho e a vida é poderosa e surge cada vez mais forte para o peregrino, que aqui já não se identifica apenas com os propósitos religiosos.

Tem gente que acha que a vida é um passeio, buscando a todo custo apenas o prazer (e cada vez mais imediato) e afastando toda a dor ou sofrimento. Como peregrino, aprendi a caminhar com dores e não deixar, pois conta disso, de contemplar o que encontrei de belo pelo caminho e de me socializar com pessoas conhecidas e desconhecidas. Como ouvi muito pelo caminho, "sin dolor no hay gloria!", uma das várias expressões de motivação e perseverança entre os peregrinos.

Comovi-me com a solidariedade de estranhos, que ao perceber sintomas de cansaço em outros peregrinos, diziam amavelmente "ânimo" ou cumprimentavam-os com um singelo e significativo buen camino. Aprendi a compreender e ter compaixão da dor alheia, diferente da minha, mas igualmente humana e consequência do caminhar exaustivo de cada dia. Caminhar inevitavelmente traz dores. Aprendi a superá-las e regozijar-me com o caminho, sempre aberto a múltiplas formas de caminhada. Olha, disseram-me uma coisa que percebi bem quando cheguei a Santiago: na verdade não há o caminho, o caminho faz-se ao caminhar.

- Nossa, você está falando umas coisas... viu a luz ou algo parecido nesse caminho?

Não, não houve nenhuma revelação ou epifania. O céu não se abriu e nem encontrei uma linha direita para falar com Deus. Só caminhei mesmo. Um passo depois do outro. Com a força das minhas pernas e dos meus pés, com o peso da minha mochila, que percebi que pode ser bem mais leve do que o conteúdo que escolhi pôr lá dentro, e na companhia de dois amigos, que tornaram meu caminhar mais leve e divertido. Também vi e senti muitas coisas.

Vi paisagens, vilarejos,árvores, flores e riachos deslumbrantes. Conheci pessoas interessantes, que estavam ali com propósitos insondáveis, mas tornaram-se companheiras de uma caminhada comum. Ouvi cantos de pássaros com timbres muito diferentes daqueles que já ouvi pelas cidades ou de dentro de gailolas. Havia em seus pequeninos pulmões o vigor de uma liberdade que se traduzia em sons e notas inesquecíveis e constantes pelo caminho. Surgiram também dores em mim que passaram a ser sentidas com tolerância e compreendidas como decorrentes do caminhar limitado pela velocidade e capacidade de meu corpo. Passei a ter orgulho de minhas dores. Eram minhas. Cabia a mim suportá-las e ir em frente. Quando olhava as pessoas caminhando ao meu lado, pude sentir compaixão pela dor alheia, por senti-las também em mim, mesmo que em graus e sintomas diferenciados.

O mundo se tornou acelerado demais. E a natureza humana só nos deu pernas e pés para caminhar. O caminho talvez sirva para isso, para caminhar na velocidade humana, percebendo a vida na sua velocidade natural. Isso faz com que percebamos detalhes e sentimentos que a montanha russa do nosso dia-a-dia-pós-moderno nos impede de ver. Ao caminhar, dia após dia, fui sentindo que aquilo de que precisamos nessa vida os romanos já sabiam há tempos: mens sana in corpore sano.

Somos a única criatura deste mundo que tem o privilégio de ser um corpo em que coexistem natureza e espírito. Possuímos em nós a plenitude da natureza - que nos faz próximos dos bichos, da terra e de tudo que o Criador pôs neste mundo. Ao mesmo tempo, temos um espírito que nos permite transcender a matéria e criar novos mundos, como o mundo da cultura e o mundo do amor.
Pela cultura, extrapolamo-nos pela língua, pela poesia, música, literatura, religião, arte e tudo mais que o espírito humano é capaz de criar por não caber em si. Por meio da cultura deixamos de ser animais errantes, que apenas se alimentam para sobreviver e praticam sexo para se reproduzir. Sentimos os sabores e sensações dos alimentos, que não servem apenas para nos alimentar, mas também permite o prazer e a socialização. Num mundo cultural, humano, o sexo não se limita à reprodução. Bem, melhor eu para por aqui.

Pelo amor, conectamo-nos aos outros seres, sentindo por eles algo que só existe quando saímos de nós e vamos ao encontro deles. Podemos amar muitas coisas, desde animais até coisas materiais. Mas somente quando este amor é dirigido a outro ser humano, que por sua vez tem igualmente a capacidade de amar, é que se tem a verdadeira satisfação e contentamento que tanto se busca neste mundo. O amor nasce dentro de nós, mas somente quando ele extravasa, buscando encontrar outros seres humanos, é que incendeia, ilumina e aquece nossas vidas.

O caminho tem surpresas incrivelmente simples. Uma das mais significativas eu encontrei na lata de lixo:


A natureza me encantava a cada curva. Em certos momentos, ficava inebriado com tanta beleza. O vento fresco que batia no meu rosto pelas manhãs. A sombra das árvores que acolhiam e protegiam do sol excessivo. O som de rios e de pássaros. A cor de folhas e flores. A graça divina estava na natureza. Eu queria comungar. Comer a hóstia feita de folha verde. Envolver-me e imanar-me com aquela beleza toda.

A vontade era de sentir o cheiro da água. Saborear as cores das flores. Ouvir o som da terra. Acariciar o som dos pássaros e do vento. Deitar no chão de terra negra e úmida. Sujar-me com a lama limpa de caminhos molhados pela chuva e pelo orvalho. Eu queria fazer parte daquilo tudo. Tornar-me natureza e sentir a sua força, voltar à terra, ao pó. Extravasei-me em lágrimas por não conseguir.

Mas o caminho seguia e para minha surpresa diária tudo se renovava. Novas paisagens, novas flores, novas pessoas, tudo era encantador demais para eu ficar parado e querer possuir tudo aquilo. Resolvi então apenas sentir, respeitar, compreender e deixar tudo para trás sem querer nada possuir. Afinal, outros tantos a cada dia fariam o mesmo caminho. Percorreriam os mesmos bosques e lugares paradisíacos e bucólicos. O caminho é de todos, não tenho o direito de possuí-lo. Se bem que muitos não viram/sentiram o que eu vi/senti e certamente não vi/senti o que muitos viram/sentiram. O caminho é para todos, mas não é o mesmo para todos.

Quanto ao espírito, senti-o manifestar-se com a reflexão de pensamentos que me inquietam na vida e com a necessidade de me relacionar com outras pessoas. Com meus amigos, falando bobagens e inventando "teorias da vida". Inventamos uma teoria matemática da vida. Entre devaneios e passos doloridos, inventamos a equação da vida. Segundo essa novíssima teoria, quando nascemos, a equação se inicia com uma chave "{" , como na teoria dos conjuntos. Daí, podemos abrir, dentro ainda dessa chave, colchetes "[", em novas e desafiantes etapas da vida. No nosso caso, um grande colchete foi aberto quando decidimos vir para Coimbra fazer o doutorado. Quando iniciamos nossa caminhada rumo a Santiago, foi aberto um parênteses  "(" dentro desse colchete, que se fechou nove dias depois. Uma etapa se cumpriu. Na nossa teoria, o importante era cumprir etapas, fechar colchetes e parênteses de forma dedicada e perseverante.  Com o colchete do doutoramento aberto, decidimos que ainda queremos abrir ainda muitos outros parênteses, planejando e realizando projetos diversos. Fechado o colchete do doutorado, daqui a quatro anos, quereremos de novo abrir outros colchetes... e assim vai, até que a chave final se feche, no crepúsculo de nossas vidas, que será cheia de felizes conjuntos de colchetes e parênteses bem fechadinhos. Nessa altura o sol já estava forte nas nossas cabeças e decidimos interromper nosso delírio. A teoria fica por ser aperfeiçoada.

Sentia também vontade de saber da vida das pessoas desconhecidas que via pelo caminho e hospedavam-se nos mesmos albergues. Inquietava-me saber o motivo que as levaram ao caminho. Sempre que o idioma permitia, arriscava-me a iniciar uma conversa. Mas percebi que isso não era revelante para aquele momento. O importante mesmo era caminhar, era chegar a Santiago.

Com meus passos cansados, percebi talvez o óbvio, que somos natureza e espírito. Sem entrar em nenhum templo, constatei que somos únicos nesta Terra, os filhos de um Deus Pai, que nos criou da natureza; Deus Filho, que nos ensinou a amar o próximo, como a nós mesmos; e Deus Espírito Santo, que nos deu o fogo do amor, que para aquecer e iluminar nossas almas cansadas deve ser sempre transmitido a outro ser humano.

- Nossa, você voltou diferente mesmo desse passeio, ops, desculpa, dessa peregrinação. A conversa está boa, mas deixa eu ir, que você está com a vida ganha. Tenho um monte de coisas para fazer e se eu não correr não dou conta. Um abraço e bom dia.

Foi-se o meu amigo. Ele ainda tenta caminhar mais rápido do que permitem as suas próprias pernas. Eu tento desacelerar. Correr demais faz adoecer tanto o corpo como o espírito. As juntas, tendões e músculos não aguentam um ritmo tão veloz. O espírito, idem.

Descobri, com o caminho e com o poeta romano Juvenal, que desejo mesmo neste mundo é uma "mente sã num corpo são".

          Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
          Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
          que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
          que suporte qualquer tipo de labores,
          desconheça a ira, nada cobice e creia mais
          nos labores selvagens de Hércules
          do que nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
          Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
          Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
                                                                           Sátira X - Poeta romano Juvenal

O que é urgente nessa vida é cuidar do corpo e do espírito. E tentar consertá-los de excessos, derrapagens e erros de direção. Qual o caminho para isso? Não vejo outro: humanamente caminhar a vida e viver o caminho.
















         








































Aqueles dias foram tão felizes e intensos que cortava o meu coração pensar que Santiago seria o fim do caminho. O que haveria depois? Alegrei-me novamente quando, atentamente, vislumbrei a resposta. Não a achei na natureza, mas no espírito humano que a gravou na pedra.


15 comentários:

  1. Que lindo irmão!!!
    Tanto o texto quanto as fotos me encantaram!Dá até vontade me aventurar....
    Fiquei muito feliz em sentir sua felicidade nestas palavras. Hoje realizei uma visita técnica a uma família naturista que reside isolada em Divino por uma trilha de 04 Km (subida) na serra do Caparaó. Após chegar ao local de mata fechada (lindo), com a lingua p fora, espantada por existir pessoas tão próximas geograficamente e distantes culturalmente,encantei-me com a sabedoria da mulher que me atendeu, que entre tantas coisas disse-me algo muito interessante: Aqui não é o paraíso, ele não é um espaço físico, o paraíso é um estado de espírito e interação com o ambiente em que vivemos. Sendo assim, percebo que você estava no paraíso, ou ainda está... saudades.
    Silmara

    ResponderExcluir
  2. Não dá para comentar. Estou quase em lagrimas.
    Celia Abreu

    ResponderExcluir
  3. Você conseguiu juntar magias.
    Uma delas é sua forma de escrever, que pra mim é mágica. E a outra, é o próprio caminho, que por sua estória(ou lenda) é tão incrivelmente magnífico.
    Tenho certeza que não seria piegas te dar os parabéns. Até quando inventarem uma nova palavra pra fazer isto.
    Tudo que você escreve é tão acessível, instigante, esclarecedor, MÁGICO, que chega a ser palpável.
    Cada parágrafo, cada foto...
    Não sei se somente eu, mas consegui praticamente enxergar(numa visão turva em meia as lágrimas que não paravam de cair)tudo que viveu e sentiu. Ficou tudo tão nítido.
    Vivemos mesmo num mundo tomado por maus sentimentos, que tomam pessoas suscetíveis à eles.
    Mas se pararmos por instantes, olharmos ao nosso redor e percebermos a quão grandiosa é a dádiva da vida, com certeza deixaríamos de lado toda lamúria desnecessária e viveríamos o melhor que a vida tem a nos oferecer.
    Obrigado por fazer reafirmar tudo o que já existia em minha essência. E parabéns por permitir o mesmo contigo.
    Um super abraço do seu grande amigo de sempre.

    Bruce Carvalho

    ResponderExcluir
  4. Silvagner, meu amigo e companheiro de peregrinação, que excelente texto. O seu texto me levou novamente àquele deslumbrante cenário e as sensações que nós três tivemos a oportunidade de vivenciar. Você superou qualquer dificuldade em descrever o caminho, com um relato enriquecedor, com muita história e poesia. Parabéns e buen camino. Abraços.
    Ricardo Guilherme.

    ResponderExcluir
  5. Acredito que não é por acaso que as pessoas aparecem em nossas vidas! Tb acredito que elas aparecem no tempo certo e pelo tempo necessário! O Caminho é realmente uma "metáfora da vida"! Tive a sorte de tê-lo caminhando no mesmo "parenteses" e no mesmo "colchetes"! Caminhamos para crescer e crescemos para seguir caminhando!
    As lições serão levadas para sempre nas "chaves" da vida...espero não perder de vista sua presença, sempre muito sensível, sábia e oportuna! O "post" mais uma vez revela tudo isso, a qualquer leitor, mesmo que minimamente atento! Obrigada por me permitir sentir tudo mais uma vez! "Don't stop walking!" e Buen Camino (naquela entonação que só os peregrinos conseguem)!
    Bárbara

    ResponderExcluir
  6. Há pessoas que passam por nosso "caminho" com a simples missão de tocar a alma, como o canto de um pássaro, a beleza de um campo em flor ou com palavras repletas de sensibilidade. A correria às vezes não nos deixa perceber isso, pois estamos preocupados com nossas inevitáveis dores.
    Nem sempre haverão setas a indicar a direção certa, mas podemos retornar e recomeçar, lembrando que mesmo o caminho de volta não deixa de ser um novo caminho...
    Parece que fica uma importante dica da placa: "Don't stop walking!!"
    Obrigada pela carona.
    Cláudia Crisostimo

    ResponderExcluir
  7. BRAVO! "Santiago és el principio."

    ResponderExcluir
  8. Certamente há um dom de Deus, não é possível alguém sentir e saber expressar tantas emoções em um único texto... Lembro-me da beleza de encontrar um humanamente Deus, na sua expressão divina... Vale a pena reproduzir, com a devida vênia, a frase dita: "O que é urgente nessa vida é cuidar do corpo e do espírito. E tentar consertá-los de excessos, derrapagens e erros de direção. Qual o caminho para isso? Não vejo outro: humanamente caminhar a vida e viver o caminho." Não é possível mais deixar o tempo ditar os passos, é urgente saber caminhar com passos certos!

    Parabéns pelo texto!

    ResponderExcluir
  9. Silvagner, não tenho palavras mesmo para comentar o teu "post", pois é de uma precisão e profundidade incríveis!
    Me senti novamente no Caminho e a vontade de fazê-lo novamente aumentou ainda mais.
    Realmente, a experiência que se tem ao peregrinar é única, é incrível, indescritível, mas você soube transmitir de forma magnífica as impressões e os relatos vividos nessa experiência.
    Parabéns!
    E como disse a amiga Bárbara, "Buen Camino", daquele jeito que só um peregrino sabe dizer!
    Abração
    Valmir Chiochetta Junior

    ResponderExcluir
  10. Silvagner vc não cansa de nos emocionar?
    A essa altura já posso confessar que já "uso" (pq no mundo moderno tudo nos tem que ter alguma 'utilidade', seja lá o que isso for) seu blog para ler e refletir sobre a vida.
    Lembrar o quanto uma viagem faz a gente crescer e abrir horizontes nunca antes imaginados..
    A gente passa a simplificar as coisas, encarar a vida com mais sensibilidade, valorando cada detalhe e beleza, pq qnd viajamos, quando saber se teremos outra oportunidade de ouro de ver lugares tão belos e ter experiências tão incríveis?
    Mas quando da volta, vc descobre que o bom da vida é mesmo aproveitar cada segundinho e ser feliz em qualquer hora e lugar.. pq qualquer sensação tem seu valor.. a dor, a tristeza, a alegria, a compaixão...
    Acho que deu pra perceber o quanto ler seus textos mexe comigo né? rs
    Continue nessa peregrinação da caminhada da vida, história emocionante, da qual nunca sabemos o fim!

    ResponderExcluir
  11. Sua inspiração me inspirou. Belíssimo relato e ótima sensibilidade na escolha das fotos. Parabéns.

    ResponderExcluir
  12. Parabéns! Você acaba de ser pai! Seu caminho é o seu filho.

    Não pude deixar de fazer essa analogia. Principalmente depois que vi as fotos belíssimas no final. Seu texto mostrou o caminho de forma equilibrada, entre o cansaço da caminhada e o que ela representava para você e o belo da paisagem, mas só depois que vi as imagens, foi que pude ter mesmo a dimensão da beleza deste lugar. A analogia, que talvez eu fizesse se tivesse a oportunidade de percorrer o caminho, seria essa: Seu caminho é como um filho. É exaustivo, é imprevisível - embora você planeje o quanto possa - mas é lindo, é gratificante, é seu. E vale cada sacrifício. E, como você disse, ele é único para cada pessoa que percorre.

    Não sou muito de "rasgar seda" mas, de verdade, eu gosto muito dos seus textos. É muito legal ver a forma como aproveita, absorve culturalmente e registra cada detalhe da sua experiência. Acredite, eu faria a mesma coisa! Penso aqui com meus botões que não existe melhor forma de aproveitar sua estada aí do que assim, como você faz, buscando conhecer o máximo daquilo que está vivendo, sem deixar, é claro, de olhar o bonito da paisagem.

    Parabéns pela determinação na caminhada e pela força nas pernas!

    Abraços.

    ResponderExcluir
  13. Parabens Silvagner !! mais um texto fantastico onde vc nos introduz a esse explendido ''CAMINHO DE SANTIAGO'' e nos remonta a idade media fazendo-nos lembrar dos ROMEROS em direcao a ROMA, dos PALMEROS em direcao a JERUSALEM e dos PEREGRINOS em direcao a SANTIAGO DE COMPOSTELA. Sua descricao tao detalhada e ilustrada nos conduz a fe e ao desejo de escolha entre os varios caminhos que conduzem a SANTIAGO. Fiquei nao so encantada com a leitura que desperta imenso interesse como tambem pelas cuidadosas ilustracoes onde voce procura mostrar em detalhes todas as etapas desse grandioso desafio de religiosidade !!! Bravissimo !!!!!!!!
    Maria Jose Suenaga !!!

    ResponderExcluir
  14. Silvagner.

    Estou com um nó na garganta. Coisa de mulher.
    Sei que não teria condições físicas para este caminho de peregrinação. Por isso tenho que fazê-lo de forma diferente.
    Como você disse, "O caminho é para todos, mas não é o mesmo para todos." Mas particularmente, caminhei através de seu relato e fiquei muito emocionada, pois percebi que esta peregrinação prporcionou-lhe uma sintonia divina sem ruido na comunicação.
    Continue sendo esta pessoa maravilhosa e proporcionando-nos viagens através das sua viagens.
    Que Deus seja luz constante em sua vida.
    Abraços.

    Sueli

    ResponderExcluir
  15. Excelente, Silvagner! Andei a caminhar contigo durante a leitura e fui parar onde já fui de carro, mas nunca o fiz a palmilhar as pedras que guardam tantos testemunhos de fé e de vida! Um dia ainda farei uma parte desse percurso! Foi sempre a minha intenção, mas ainda não me foi possível.
    A riqueza da tua narrativa é fantástica! As imagens fotográficas são lindas, mas...as imagens que afloram do texto são ainda mais belas. Grande capacidade tu tens em verbalizar o concreto e o abstrato. Parabéns! Espero que um dia publiques um livro com a coletânea de textos desse blog. reservo desde já o meu exemplar!
    Grande abraço!

    ResponderExcluir