sábado, 16 de junho de 2012

Soneto do descaminho



Cheio de si, resolveu descaminhar.
Por ímpeto e transgressão,
hasteou a vela do coração.
Decidiu navegar.


No oceano sem instrumentos,
pôs-se a caminho sem saber o norte.
Náufrago de sentimentos,
Quis voltar à segurança do monte.


Já não há mais chance.
A costa está longe.
Resta-lhe o mar, sem ponte.


No delírio do sol a pino,
mergulhou em águas profundas.
Achou-se novamente, agora em desatino.


Torre de Belém - Lisboa /Janeiro 2010

5 comentários:

  1. Tá virando poeta também, 01?!?! Pelo que anda postando as paisagens aí também são fantásticas, né!? Pura inspiração!!
    P.S.: Olha o descaminho, hein... Objeto de repressão por parte da RFB!!! rsrsrsrs

    ResponderExcluir
  2. Sorte minha que há liberdade poética.
    Abraços.

    ResponderExcluir
  3. É, pelo visto,não foi somente Paulo Coelho que deslanchou na literatura apos o caminho de Santiago, temos novos magos em ação. Hehehe

    Celia Abreu

    ResponderExcluir
  4. Adorei seu soneto, Silvagner, e também sua versatilidade ao curtir um novo estilo de literatura. Amei, parabéns!

    ResponderExcluir
  5. Silvio, não canso de ler seus escritos, sinto que eles provem da alma. Inbuído de um coração puro. Um novo Fernando Pessoa se desabrochando.
    Um abraço .
    José Maria de Azevedo

    ResponderExcluir