A letra é a molécula da língua mole e úmida,
que tanto lambe palavras quentes numa orelha fria
quanto vocifera a ira demente de uma mente em fúria.
Partícula sem sentido.
Elemento que desvela o sentimento,
indizível, não fosse esse amálgama,
invisível, que é a palavra
na língua de quem ama.
Mas cuidado:
escarlate ou rubra,
marca a vaca e a bruxa;
na sopa ou no livro,
alimenta e sacia;
alimenta e sacia;
faz da palavra a arma
que cala, sela e mata.
Ora, o que tudo isso importa?
Ora, o que tudo isso importa?
Todas as letras cumprem seu destino:
encher páginas e ouvidos
com tudo que é humano e divino.
Juntando-as, faz-se até poesia.
encher páginas e ouvidos
com tudo que é humano e divino.
Juntando-as, faz-se até poesia.
Conseguiu me fazer e rir e emocionar ao mesmo tempo. Pois hoje, depois do show de Maria Bethania, pude perceber ainda mais nitidamente que você já está brincando com as letras, palavras, poesias.
ResponderExcluirBrinca com o que pensa, e com o que sente..
Digo mais...
Você brinca de escrever com a sua vida.
Brinca de escrever a sua vida.
Melhor:
Brinda-nos a escrever sobre sua vida!
Opa, vejo que tenho um amigo que também brinca com as letras e com os sentidos que delas extraímos.
ExcluirObrigado pelo carinho.
Silvagner,
ResponderExcluirCá estamos nós deleitando de boa leitura.
"Faz da palavra a arma
que cala, sela e mata"
Como diria um professor de filosofia, isso é muito profundo.
E eu digo mais, a palavra é um perigo. Mata mais que qualquer arma, ou nos acalenta em momentos decisivos.
Por isso continue a escrever, pois estaremos na expectativa do que nos reserva a próxima sopa de letras.
Parabens.
Sueli